terça-feira, 15 de setembro de 2009

Pensando Maneiras

Especialmente escrito para as alunas do 4º Magistério

Sugestões :
a)Para ter boas maneiras na comunicação e  convivência profissional não é necessário fingimento e nem "sinceras grosserias". Em nosso trabalho não podemos nos comportar como se estivéssemos em nossa casa ou em um local de lazer e descontração. Nem num divã de analista. Claro que o bom humor em nossas relações é melhor que atitudes queixosas que nos impedem de pensar e agir com mais desenvoltura. O bom humor favorece a superação de dificuldades de diferentes naturezas, até mesmo cansaço e dores, presentes em nosso dia a dia de estudo e trabalho. Quem opta por ser professora certamente sabe das exigências de leitura e aprofundamento constantes e do que abre mão para conseguir exercer sua função com qualidade. E que o difícil é desafio, sinônimo para ludicidade. Toda dificuldade superada torna-se logo experiência, facilitadora na superação dos novos desafios!
b)Nossa cotidianeidade  requer cordialidade, independente do status de poder conferidos a esta ou aquela função exercida por seres humanos semelhantes a nós.   Se as boas maneiras  são oferecidas somente a pessoas do  "interesse imediato", com empatia por nossas ações  ou por medo de retaliações daqueles que abusam de seu poder, haverá falhas com a  honestidade e democracia, qualidades  indispensáveis  na vivência  diária com o que mais nos humaniza: o trabalho! Mesmo sendo nosso trabalho, muitas vezes, não devidamente valorizado, é ele nossa base de sobrevivência. Sermos gratas, cumprimentarmos, olharmos para as pessoas, pedirmos desculpas, sempre que preciso; evitarmos comentários maldosos sobre a ação dos outros e "vingancinhas" pessoais são atitudes favoráveis a um clima mais saudável na escola. Se algo não vai bem no trabalho, é hora do diálogo franco, aberto, mas sempre conciliatório. O conflito é bem vindo, desde que permita a mudança para melhor. Escola é um espaço coletivo. Portando, rodas cordiais de conversa pedagógica são primordiais, não são perda de   tempo.
c)Boas maneiras verdadeiras são  impossíveis sem a beleza da ética, que não nos torna  fracos em nossa humildade e dignidade de sermos  o que somos, mas fortes na esperança de construirmos, através de nossa profissão, um mundo melhor além do básico pão nosso de cada dia com todos os direitos e deveres de um verdadeiro cidadão, não somente do "pão e circo"; o tempo de massa de manobra urge ser transformado  constantemente.
d)Cabe, então, pensarmos  o que entendemos por trabalho na escola? O que é trabalhar? Qual a melhor qualidade do trabalho? Em se tratando do profissional professor, o que define seu trabalho como qualificado adequadamente, além do saber pensar, fazer e ensinar enquanto aprende? Pensar também é considerado fazer? Comunicar-se é necessário para os professores ou é uma perda de tempo? Mais ou menos aulas; menor ou maior remuneração; dentro ou fora de sala de aula... Quem pode calcular a melhor qualidade educativa?  Quais os interesses por trás das ideologias sobre ser professor?

"A afetividade não se acha excluída da cognoscibilidade.O que não posso obviamente permitir é que minha afetividade interfira no cumprimento ético de meu dever de professor no exercício de minha autoridade. Não posso condicionar a avaliação do trabalho escolar de um aluno ao maior ou menor bem querer que tenha por ele" (Freire,1996).

2 comentários:

  1. Anônimo16/9/09

    Muito importante seu relato professora!
    E sinceramente, seu vocabulário é muito rico e inteligente! Deveria publicar suas obras!!!!!!
    Sua aluna que lhe admira!!!Ester

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  2. Obrigada pela sua participação, Ester!
    Busquei argumentar algumas idéias para pensarmos a maneira de melhorarmos ainda mais o relacionamento profissional no trabalho educativo escolar.

    Conto com suas idéias e atuação prática.Você tem perfil de professora!
    Abraços

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Seu comentário é muito importante para meu aprendizado contínuo.