quarta-feira, 24 de junho de 2009

VIVA SÃO JOÃO!


SANTO PADROEIRO

Quantas homenagens!
Óh , Santo Padroeiro!

Teu povo não te esquece,
simples como as honras que presta.
Festeja a vida, junto desta fogueira,
tão antiga e simples como a vida pela qual suplica.

São João dos Campos Novos,
de terra tão antiga, histórias de plantios e colheitas,
invernadas e canhadas,
nevadas e geadas,
campos e ermitões;
São João, entre os primeiros santos cristãos,
tal qual tua sina,
os mais simples entre nós foram-se cedo demais.
E continuamos, nós, a acreditar na vida aqui construída e a ser melhorada.

São João dos Campos Novos, quantos já passaram e nada fizeram em terra tão generosamente abençoada pelo criador?
Quantos desdenharam e desdenham a cultura simples dos campos?
Quantos não acreditam no jeito franco e atracado da sua gente tão acolhedora e escancarada quanto o planalto?

Santo Padroeiro,
por aqui passaram os farrapos e caboclos do contestado,
e até um monge, teu xará de primeiro nome:
João, o Maria, tido como santo e que teria, em vidência, almadiçoado nossa “sorte”.

Faço-te um desafio-pedido, São João, o Batista.
Ajuda-nos a mudar nossa história,
que de centralizada e parada em alguns seja a história do progresso sustentável de todos.
O monge, Maria, não é o São Padroeiro da nossa fé,
tão somente símbolo da contradição cujo bojo carrega nossa capacidade de mudança.

De uma devota camponovense
Denise Ottonelli , Campos Novos, 24/06/00.


Jeito da Roça


No terreiro batido

bem perto do poço,

de terra barrenta

faço meu alvoroço...


Meus dias, aqueço:

sustento-me de galhos

na chama vermelha .

Sob calor , esqueço ...


Farto-me da fartura

deste pequeno sertão

no barro aquecido

deste forno-fogão.

(Junho/00 - Denise Ottonelli)




domingo, 21 de junho de 2009

Inverno na Janela


Sob o Poente Invernal 
  (22/06/00 Denise Ottonelli)

Mais cedo o sol em seu ocaso...
A linha do horizonte pega fogo sob o céu púrpura.
Cá, em derredor, a fumaça das chaminés desenham formas no espaço quase totalmente tomado pelo lusco-fusco.
Cachorros iniciam seu alarido noturno, um aqui, outro lá ou mais adiante.
E o tempo parece que para.


Retiro-me da minha observação.